Entre 1979 e 1989 cerca de 20 mil moçambicanos foram enviados para trabalhar nas fábricas da Alemanha Oriental, sob a égide de acordos de cooperação entre a FRELIMO e a RDA. Madgermanes: é assim que são designados esses homens e mulheres cuja migração revelou inevitáveis semelhanças com o antigo êxodo dos trabalhadores escravizados, na época colonial, nas minas da África do Sul. Depois de uma primeira parte de contextualização, o artigo propõe uma leitura da banda dese-nhada Madgermanes de Birgit Weyhe, que contribuiu a dar resso-nância internacional a esta história por longo tempo esquecida. A parte final é dedicada a uma breve incursão no romance Museu da revolução de João Paulo Borges Coelho: longe do intuito de apresentar uma comparação detalhada entre as duas obras e circunscrevendo o olhar ao personagem de Jei-Jei (ex-traba-lhador na RDA), aborda-se o romance enquanto raro exemplo de reflexão sobre a “memória estarrecida” dos Madgermanes no panorama literário contemporâneo em língua portuguesa.
Madgermanes: migração, trauma, memória no Moçambique pós-colonial / Milani Ada. - In: ALETRIA. - ISSN 2317-2096. - ELETTRONICO. - 34:(2024), pp. 139-156.
Madgermanes: migração, trauma, memória no Moçambique pós-colonial
Milani Ada
2024
Abstract
Entre 1979 e 1989 cerca de 20 mil moçambicanos foram enviados para trabalhar nas fábricas da Alemanha Oriental, sob a égide de acordos de cooperação entre a FRELIMO e a RDA. Madgermanes: é assim que são designados esses homens e mulheres cuja migração revelou inevitáveis semelhanças com o antigo êxodo dos trabalhadores escravizados, na época colonial, nas minas da África do Sul. Depois de uma primeira parte de contextualização, o artigo propõe uma leitura da banda dese-nhada Madgermanes de Birgit Weyhe, que contribuiu a dar resso-nância internacional a esta história por longo tempo esquecida. A parte final é dedicada a uma breve incursão no romance Museu da revolução de João Paulo Borges Coelho: longe do intuito de apresentar uma comparação detalhada entre as duas obras e circunscrevendo o olhar ao personagem de Jei-Jei (ex-traba-lhador na RDA), aborda-se o romance enquanto raro exemplo de reflexão sobre a “memória estarrecida” dos Madgermanes no panorama literário contemporâneo em língua portuguesa.File | Dimensione | Formato | |
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