Publicada quase sem interrupções entre 1941 e 1955, a revista Itinerário. Publicação mensal de Letras, Arte, Ciência e Crítica teve um papel importante no meio cultural moçambicano, incentivando um “movimento de emergência não só da consciência literária, mas também nacionalista” (Noa, 2008, p. 38). Embora a maioria dos colaboradores seja prevalentemente de sexo masculino, são várias as mulheres que, ao longo dos quinze anos, assinaram aqui poemas, contos e artigos: Noémia de Sousa, Irene Gil, Gloria de Sant’Anna, Natércia Freire são só alguns dos nomes mais conhecidos. Dentro do grupo das colaboradoras de Itinerário, destacaremos a figura de Sofia Pomba Guerra, que, através de uma escrita jornalística extremamente combativa, fugiu do âmbito puramente literário, bem como da perspetiva “de género” das chamadas “Páginas femininas”, reivindicando para si uma posição na esfera pública e subtraindo-se à imagem da mulher imposta pelo regime.
“Mulheres e imprensa periódica colonial: engajamento político e social na revista moçambicana Itinerário” / Milani Ada. - ELETTRONICO. - (2019), pp. 7-25.
“Mulheres e imprensa periódica colonial: engajamento político e social na revista moçambicana Itinerário”
Milani Ada
2019
Abstract
Publicada quase sem interrupções entre 1941 e 1955, a revista Itinerário. Publicação mensal de Letras, Arte, Ciência e Crítica teve um papel importante no meio cultural moçambicano, incentivando um “movimento de emergência não só da consciência literária, mas também nacionalista” (Noa, 2008, p. 38). Embora a maioria dos colaboradores seja prevalentemente de sexo masculino, são várias as mulheres que, ao longo dos quinze anos, assinaram aqui poemas, contos e artigos: Noémia de Sousa, Irene Gil, Gloria de Sant’Anna, Natércia Freire são só alguns dos nomes mais conhecidos. Dentro do grupo das colaboradoras de Itinerário, destacaremos a figura de Sofia Pomba Guerra, que, através de uma escrita jornalística extremamente combativa, fugiu do âmbito puramente literário, bem como da perspetiva “de género” das chamadas “Páginas femininas”, reivindicando para si uma posição na esfera pública e subtraindo-se à imagem da mulher imposta pelo regime.I documenti in FLORE sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.