Na literatura de viagem portuguesa e europeia do século XIX muitos são os exemplos de representações do Oriente (Médio e Extremo Oriente). O ano de 1869 aproxima Eça de Queirós de Salvatore Lanza e Théophile Gautier, que realizaram a sua viagem ao Médio Oriente, visitando, entre outros locais, o Egito e a Palestina. A partir dos três exemplos referidos, é possível falar tanto de “visões” quanto de lembranças de um oriente muitas vezes pitoresco e caótico, próximo e distante das preferências estéticas ocidentais. Através das viagens orientais de Eça de Queirós, Salvatore Lanza e Théophile Gautier, o seguinte trabalho tenciona investigar a ideia de oriente em Eça de Queirós e analisar os elementos orientais presentes na sua produção literária, no especifico O Egypto. Notas de viagem e O Mandarim, além da contraposição entre o além, que representa simbolicamente a distância, o afastamento, o lugar ainda não alcançado mas desejado ou imaginado, e o aquém, a aproximação, o lugar alcançado que às vezes não corresponde às expetativas sonhadas. In the Portuguese and European travel literature in the 19th century there are many examples of representations of the East (Middle East and Far East). In 1869 Eça de Queirós, Salvatore Lanza and Théophile Gautier went to the Middle East, visiting also Egypt and Palestine. Starting with these three examples it is possibile to reflect on the concept of “view” and memories concerning an “Orient” most of all picturesque and chaotic, near and far from Western aesthetics. Through the travel to the East of Eça de Queirós, Salvatore Lanza and Théophile Gautier, the following work aims to investigate the idea of “Orient” in Eça de Queirós, together with the analysis of Eastern elements included in his literary work, specifically O Egypto. Notas de viagem and O Mandarim. In addition, it will be analyzed the opposition between the concept of além, which simbolically represents the distance, the place not yet achieved but desired or imagined and the aquém, the proximity, the reached place that not always corresponds to the dreamed expectations.
Orientes queirosanos. Eça de Queirós e a ideia de Oriente / Michela Graziani. - ELETTRONICO. - (2024), pp. 187-209. [10.14195/978-989-26-2561-4]
Orientes queirosanos. Eça de Queirós e a ideia de Oriente
Michela Graziani
2024
Abstract
Na literatura de viagem portuguesa e europeia do século XIX muitos são os exemplos de representações do Oriente (Médio e Extremo Oriente). O ano de 1869 aproxima Eça de Queirós de Salvatore Lanza e Théophile Gautier, que realizaram a sua viagem ao Médio Oriente, visitando, entre outros locais, o Egito e a Palestina. A partir dos três exemplos referidos, é possível falar tanto de “visões” quanto de lembranças de um oriente muitas vezes pitoresco e caótico, próximo e distante das preferências estéticas ocidentais. Através das viagens orientais de Eça de Queirós, Salvatore Lanza e Théophile Gautier, o seguinte trabalho tenciona investigar a ideia de oriente em Eça de Queirós e analisar os elementos orientais presentes na sua produção literária, no especifico O Egypto. Notas de viagem e O Mandarim, além da contraposição entre o além, que representa simbolicamente a distância, o afastamento, o lugar ainda não alcançado mas desejado ou imaginado, e o aquém, a aproximação, o lugar alcançado que às vezes não corresponde às expetativas sonhadas. In the Portuguese and European travel literature in the 19th century there are many examples of representations of the East (Middle East and Far East). In 1869 Eça de Queirós, Salvatore Lanza and Théophile Gautier went to the Middle East, visiting also Egypt and Palestine. Starting with these three examples it is possibile to reflect on the concept of “view” and memories concerning an “Orient” most of all picturesque and chaotic, near and far from Western aesthetics. Through the travel to the East of Eça de Queirós, Salvatore Lanza and Théophile Gautier, the following work aims to investigate the idea of “Orient” in Eça de Queirós, together with the analysis of Eastern elements included in his literary work, specifically O Egypto. Notas de viagem and O Mandarim. In addition, it will be analyzed the opposition between the concept of além, which simbolically represents the distance, the place not yet achieved but desired or imagined and the aquém, the proximity, the reached place that not always corresponds to the dreamed expectations.I documenti in FLORE sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.